quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Como finalizar o jogo (ou o que não fazer)

Primeiro começa com o papo dos amigos. “Vou te apresentar um cara que é a sua cara”. “A fulana é gata. Vai estar lá hoje”. Aí eles se conhecem. Trocam olhares e uma conversa com pouco sentido. Jogam. Aí se aproximam e se pegam. Acontece simples assim. O jogo bem jogado tem como resultado no mínimo dois placares de 1x0.

No entanto, esse é só o primeiro ponto. O jogo só está começando e é importante estar atento para os próximos ataques e defesas. Se comparado com um jogo de videogame, o bom resultado consiste em passar de fase, ganhar bônus, achar uma fase extra, etc.

Claro que a partida só continua se houver um primeiro bom encaixe e se ambos jogadores sentirem uma química incitada, mesmo que seja para ser vivida por mais algumas horas. Mas, para essa competição ser astuciosa, é preciso ter o controle de informações, ações e da sedução. Apertar os botões certos na hora certa influencia o resultado.

Para o sexo masculino, o próximo passo óbvio é tentar fazer o bom uso das mãos e da boca. Para a mulher, é importante manter o domínio da situação nesses primeiros momentos. A boa jogadora não cede na primeira, nem na segunda, nem na terceira. Neste momento da disputa da conquista, a competidora usa a sedução para dominar e o domínio para seduzir.

Caso busque o melhor resultado, o outro jogador deve entender e ceder a esse domínio inicial. A partir do momento que a mulher esbanja confiança, cabe ao competidor do sexo masculino tentar conduzir os próximos movimentos. O bom uso das armas do jogo e a capacidade de convencimento são fundamentais para seguir em frente.

Se a jogadora se sentir a vontade, provavelmente vai aceitar a nova inversão de papéis. Isso não necessariamente pode ser traduzido como um pré-acordo para o sexo casual nos próximos minutos. É mais fácil entender isso como “ok, eu aceito entrar para o próximo nível do jogo”.

Quanto mais avançado fica o jogo, mais delicados se tornam os papéis dos participantes. Palavras e reações contam muito para contabilizar pontos ou direcionar para o game over. Se sentir abertura, ambos devem tentar ir além. Se sentir o bloqueio (e isso é provável que venha do lado feminino, embora não seja uma regra), não force.

É exatamente nessa hora que aparece o novo desafio para passar de fase. A nova fase pode ser alcançada ainda no mesmo dia ou pode ser preparada para ser jogada nos próximos encontros. Mas, para entrar nela, é preciso ter muito jogo de cintura e sagacidade. O jogador bloqueado deve encontrar a senha para desbloquear a fase. Talvez entender braile seja fundamental nessa etapa.

Ao serem bloqueados, os jogadores jamais devem tentar virar o jogo, se fazer de vítima ou se sentirem coitados(as). Alguns exemplos de situações para essa fase: se o jogador entrar no quarto com a moça, é importante que ele mantenha o controle e aperte os botões certos. Se for muito rápido, a jogadora vai sair pela porta secreta e o jogo volta para a primeira fase. Se for muito devagar, acontece o mesmo. E, convenhamos, a competição ainda não está perdida e seria um fracasso jogar fora tudo o que foi conquistado por uma jogada errada e uma palavra mal dita.

Se a garota se defender, não reclame e nem use expressões pejorativas (como: "você á uma menina", "você é uma adolescente"). Isso claramente não te dá direito a vidas extras e o provável é que vire um game over. A melhor opção é entrar em estado neutro e aceitar a dominação.

Descoberta a senha, os próximos passos para o triunfo dessa competição são poucos e simples. É importante manter a postura tida até então e torcer para correr para o abraço. Caso não consiga finalizar o jogo neste momento, mantenha a confiança de que esse resultado está próximo. Você com certeza vai ganhar vidas extras. Fim ou não, é importante tratar toda partida com a dificuldade de uma final e malandragem de um amistoso.E tem mais: basta finalizar com mérito uma vez, em qualquer nível de dificuldade, que será liberada uma fase extra no jogo.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mentira, verdade ou consequência?

Tá legal! Hoje é o dia de atualizar isso aqui e a história é sobre Filipe e um affair de verão.

Filipe é sagaz, dá vários tiros certeiros. Mas no quesito sexo sempre deixa a desejar. Consegue contar nos dedos de uma mão quantas meninas já tiveram a honra de ver seu corpinho e conta com os dedos das mãos e dos pés quantas vezes já fez essa prática.

Alguns dias atrás ele teve a chance de aumentar o campo de marcação para duas mãos. Acontece que Filipe reencontrou uma antiga paixão: Fernanda. Eles tinham se conhecido no final do ano passado. Se adicionaram no orkut, continuaram se vendo em festas, mas nada além disso. No entanto, a beleza da garota e o jogo já estabelecido foram suficientes para Filipe querer investir nessa história.

Fernanda é bem bonita. Nem muito baixa, nem muito alta. Cabelo curto, da forma que atraí Filipe. O corpo de Fernanda também chama bastante atenção, o que serviu de incentivo para levar a história em frente.

A garota não é novidade para o grupo de Filipe. Os melhores amigos dele, Mário e Carlos, já viveram algum tipo de romance com ela. Mas tudo bem juvenil: beijinho e boa noite. Filipe já havia abdicado da paixão por Fernanda para abrir caminho para os amigos. Mas o insucesso deles com ela no sexo estimulou ainda mais a paixão: o misto do intocado com o desafio de ser o primeiro seria o grande alvo daquele reencontro.

Cerveja para começar, mas nada como doses de tequila para continuar. Fernanda ainda estava na dela, antes da 2° dose de tequila. Começou a se soltar e corresponder as brincadeiras de Filipe. O jogo se tornou oficial. Se insinuaram o suficiente para o jogo ficar interessante. Fernanda foi ao banheiro da festa e Filipe foi atrás. Se beijaram num digno shark attack mútuo. Se pegaram mesmo. Seria o dia do grande triunfo de Filipe?

Saíram da festa e ele ofereceu carona. Ela aceitou. Mas ele sabia que esse sim dela não significava nada ainda. Mas eis que começaram a surgir os sinais de que poderia ser diferente: no meio do eixão, Fernanda pediu para parar o carro no acostamento e pulou direto para o banco do cara. No jogo, Filipe tinha acabado de ganhar um bônus. Do banco dele para o banco de trás, no meio do eixão: Filipe acabava de ganhar mais 2 vidas. Sua contabilização ia aumentar para duas mãos sem ainda ter usado nenhuma.

Mas obviamente ele não estava no céu e as coisas não seriam tão fáceis assim. Fernanda facilitou mas Filipe tinha que acabar. A tequila já tinha feito boa parte do trabalho por ele. De qualquer forma, como era de se esperar, Filipe não mandou tão bem assim. Cinco minutos depois já estavam de volta em seus lugares, a caminho de suas respectivas casas.

História suficientemente boa para Filipe se orgulhar. E suficientemente desastrosa para Fernanda se arrepender. No dia seguinte e até hoje ela nega qualquer movimento. Segundo ela, foram apenas para casa e nada mais. Já ele, insiste em contar.

Seria uma boa história? Ou uma boa mentira?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Direito ao "nunca"

Deixemos de hipocrisia, sejamos racionais. Qual o problema de dizer “nunca”? A palavra existe, está la no dicionário, é uma excelente forma de enfatizar uma idéia, por que não usá-la? Assim, sem razões plausíveis, não posso mais falar que nunca irei chutar uma velhinha dentro de um submarino? Nunca, jamais! - Na verdade, acredito que nunca irei chutar uma velhinha em hipótese alguma. Irei?

O que diriam os proféticos agora? Vou pagar com a língua pelo que disse? Ora bolas, deixem minha língua em paz, poupem-na de falácias proféticas. Línguas foram feitas para auxiliar a fala, mais que isso, são essenciais em uma boa refeição. Isso sem contar tantas outras mil utilidades que não ouso citar aqui.

“Nunca diga nunca” funciona para o “nunca farei isso” ou “nunca direi aquilo”. Mas não funciona para o “nunca ganharei na mega-sena”. Que mundo injusto é esse em que vivemos? Já não basta toda essas crises financeiras, as tsunamis, os terroristas, a degradação ambiental, ainda temos que nos preocupar com o tal do “nunca”? A vida não pode ser assim tão chata. Eu reivindico o direito de dizer que nunca gostarei de pagode e ser flagrado algum tempo depois ao lado de uma linda morena cantando “Samba Do Approach”. As pessoas mudam, a gente vive em constante desacordo com o passado, é normal.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Máscara

Existe uma técnica de jogo que é chamada de Máscara. Essa técnica não é das mais fáceis de executar, por isso mesmo não é muito comum observá-la em campo. Se você caiu aqui de supetão, deve estar se perguntando de que jogo estou falando? Ou pior, que diabo de máscara é essa?

Bom, o jogo é uma manifestação social que envolve basicamente todos os movimentos e atitudes das pessoas durante o flerte. O jogo ocorre com uma freqüência absurda, é sabido que até mesmo quando não percebemos, ele pode estar ocorrendo. Mas se você tem dúvidas a respeito do que é o jogo, sugiro parar para observar as pessoas em um bar, ou em uma festa. O jogo se fará notar subitamente, eu garanto. Se tudo der errado, leia isso.

Voltando à Máscara. É uma técnica que basicamente consiste em desinformar e omitir. O mascarado – jogador aplicando a técnica – é exatamente o tipo de cara que leva uma feminista para a cama mesmo ele sendo um machista incorrigível. Ele consegue esse feito memorável apenas por que é bom:

1) Em desinformar: Se faz parecer coerente, usa palavras de efeito com uma precisão cirúrgica e embora não esteja transmitindo informação alguma, parece muito bem embasado. Ex.: Não podemos esquecer que a expansão de nossa atividade nos obriga à análise dos índices pretendidos. Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados exige precisão e definição das formas de ação.

2) Em omitir: Qual a relevância para uma feminista saber que esta sendo paquerada por um machista? Bom, para o mascarado essa é a diferença entre o sexo e a frustração.

Isso tudo não significa que a técnica é infalível. A falibilidade da técnica é conhecida e possivelmente calculável. Os estudos mostram que o mascarado costuma falhar na mesma proporção em que seu alvo cria mais interesse em dialogar que flertar. É exatamente por esse motivo que não é difícil frustrar um mascarado. Se compreendermos que no flerte todas as conversas estão no âmbito superficial, que especificações e detalhes de informações normalmente inerentes à determinados assuntos acabam suplantados por interesses maiores como o sexo e a conquista, fica fácil revelar o rosto por de trás da mascara com uma ou duas perguntas menos subjetivas. Algo como: "O que achou do discurso ‘Ain't I A Woman?’ de Sojourner Truth em 1851?"

A técnica da mascara é difícil exatamente por que é exigido um nível de controle absurdo de informação. Você não pode deixar seu alvo se interessar tanto assim na conversa ao ponto da conquista em si acabar ficando em segundo plano, e mesmo assim tem que mantê-lo interessado, dentro de sua área de ataque. É como equilibrar um cabo de vassoura na mão esquerda enquanto se brinca de ioiô com a direita. Uma hora o cabo cai ou o ioiô não sobe, os riscos são grandes.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Rally Universitário

No ano passado, eu e a Preta participamos do Rally Universitário Fiat. Graças a mim, a gente mandou muito bem. E pra quem não viu, aqui está a matéria que eu escrevi sobre a competição, que saiu no Jornal de Brasília de 5 de outubro de 2009. Essa é a versão original, sem cortes e sem edição.

"Há alguns meses, fui convidada a participar do Rally Universitário Fiat. Nunca tinha cogitado a idéia. Em princípio, não fui muito otimista, afinal nunca tinha participado de uma competição off-road. Meu amigo Diego Campos que formaria a equipe comigo esteve na edição de 2008 e garantiu que valia a pena. Aceitei por ser um fato novo para mim. Ontem, conferi que o rally de regularidade é uma diversão garantida e não é preciso ser nenhum profissional para conseguir um bom resultado. Além disso, participei de um momento histórico para o evento, que bateu o recorde de participação em Brasília, com 264 equipes inscritas pela rede mundial de computadores.

Diego seria o piloto e eu, a navegadora da equipe ZZ Sagaz. A minha dupla até tentou me explicar os símbolos da planilha utilizada na competição. Falou um pouco do vocabulário, com nomes específicos como lomba (lombada) ou eros (erosão), que facilitam o entendimento durante a prova. Mas confesso que, apesar da pose de sabichona, eu estava meio tensa com a idéia de participar.

O Rally aconteceu ontem, mas a preparação começou ao meio-dia de sábado. Fomos ao mercado para comprar as latas de leite e o brinquedo, itens exigidos para a inscrição. Tudo o que fosse arrecadado seria doado para três entidades do Distrito Federal. Esse é um fato muito legal, que demonstra a preocupação social do evento. Ao todo, foram arrecadados 1516 latas de leite e 396 brinquedos.

Às 12h45, chegamos ao local da inscrição que começava, de fato, às 13h. Lá iríamos retificar a inscrição feita pelo site há dez dias e receber o kit da equipe, com camisetas e adesivos para colar no carro. Fomos a 3ª equipe universitária a efetivar esse processo. O número do nosso carro era “44”.

Em seguida, participamos de uma aula de navegação, gratuita, onde aprendemos oficialmente os termos da prova e como traduzir a linguagem da planilha. Durante uma hora, a organização do evento ensinou o que era um rally de regularidade, que é basicamente cumprir o roteiro de velocidade e tempo propostos na planilha. A competição não é de velocidade. Ao contrário, quem corre ganha ponto. E quanto mais ponto, mais distante do pódio.

Domingo, às 8h da manhã, eu e outras 378 pessoas estávamos no local de largada. Fomos recebidos com um café-da-manhã vistoso. Reencontrei muita gente, vi famílias competindo juntas e muitas mulheres (ao todo, foram 130 na competição). Uma equipe com três mulheres me chamou a atenção. Emilia Borges, Sandra Lima e Adriana Morais estavam competindo na categoria Turismo. Elas tinham, respectivamente, 53, 52 e 43 anos. “Minha filha falou que devíamos participar e ficamos curiosas”, contou Emilia. “Participamos de muitas outras coisas juntas, como coral, jogos”, revelou Sandra, que também é participa de um motoclube.

Em seguida, a planilha de navegação foi entregue e o diretor de prova leu ponto a ponto com todos os competidores. Tudo foi muito rápido e logo já era a hora do primeiro carro largar, as 9h31. No rally, as equipes largam com distância de um minuto entre os tempos. Largamos as 10h05.

A adrenalina inicial é inegável. Mesmo com a planilha em mãos, não sabemos ao certo para onde vamos. Só temos certeza do tempo que vamos ficar no carro. Ontem, esse tempo era de 3h52m. A minha tarefa a princípio era muito fácil: eu precisava ler as informações de velocidade, tempo e referências ao longo do percurso e orientar a minha equipe. Mas a prática é bem mais complexa que a teoria. Entre uma e outra informação, a distância era de 10, 15 segundos. Ai a certeza da confusão: quando ia avisar de uma “lomba” no caminho, ela já era. Tinha ficado pra trás há 200 metros.

Com o tempo fui pegando o jeito e a equipe ganhou um profissionalismo instantâneo. “Velocidade 37! Aperta! Placa a direita aos 30m02s”. De repente, era como eu tivesse toda a sagacidade da competição. Vimos alguns carros se perderem, atrasarem. Mas acho que no rally o importante é ter convicção no caminho que a sua equipe está seguindo. Além de cumprir corretamente as indicações da planilha.

Foram 145 km de percurso, com trecho no asfalto e na terra. Nesse último é a melhor parte. O carro fica um pouco sujo, mas o trajeto é seguro. As 13h57 estávamos de volta. Eu estava exausta, mas super animada com a competição.

A noite saiu o resultado. Ficamos em 9º lugar da categoria. Nada mal para navegadora de primeira viagem. Não ganhamos premiação do evento: esses eram exclusivos dos cinco primeiros de cada categoria. Mas meu pai, que tinha duvidado de mim, garantiu que me levaria para jantar se eu ficasse entre os 30 primeiros. Espero poder escolher o lugar."

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tipo um dialeto

- Fi
- Digalá
- My broder, tu n sabe o q rolou lá na festilha pegadora. Nego rachou, ficou muito loki. Altas pegaciones. Mo lombra!
- Di rocha
- Fi, taligá a Keyla? Ela tava lá. Foi com um bicho. Um bolha zz. Ai eu tava de boa e do nada ela me levou pra cozilha. Ai começou mo DR bintchen zela. A bicha deu o zig no mlk e ficou na xaropação mor comigo.
- Kao, fi!
- Serio, fi! Xaropação prega du merd. DR ZZ! Ai só. Do nada ela veio e me deu um beijo. Cabuloso, fi! Selvagem!
- Kaoooo, fi! Kao, kao!!! Tu ta zuando!
- Sério, velho! Broder! Cabulas!!! Ai não sei, só sei que do nada nego mandou o vra. Cabulouso!
- Fi! Aoooonde! Que kaozeiro ZZ! hahaHAHAHAHAHAhahaha! Kao, fi! Só, sóoo! Kao!!!!
- Sério! Mandei bem! Pode me chamar de El Rei!
- Affff! Velho, só. Na real, acho que a Keyla que mandou bem. Ela jogou e venceu. Jogou como jogadora compulsiva e venceu como jogadora sagaz. Ela conduziu o jogo. Tu foi zz esparrado, taligá?!
- Oxi! E tu? Se acha sagaz?
- Isto!
- Falooooooo sagaz!
- Falooooooo zz!
- Falooooooo faloooooo!
- Falooooooo faloooooo faloooooo!
- Falooooooo faloooooo faloooooo faloooooo eterno!
- Só.
- Só sei que foi anarquia calanga cabulosa. Tão sagaz como neguinho dançando Thriller.
- Faloooooo Michael Jackson!
- Hehehehe...
- Boto fé, velho. Sagaz! Hein, bora morcegar? Tu pilha?!
- Belessa! Buera!