terça-feira, 6 de abril de 2010

Rally Universitário

No ano passado, eu e a Preta participamos do Rally Universitário Fiat. Graças a mim, a gente mandou muito bem. E pra quem não viu, aqui está a matéria que eu escrevi sobre a competição, que saiu no Jornal de Brasília de 5 de outubro de 2009. Essa é a versão original, sem cortes e sem edição.

"Há alguns meses, fui convidada a participar do Rally Universitário Fiat. Nunca tinha cogitado a idéia. Em princípio, não fui muito otimista, afinal nunca tinha participado de uma competição off-road. Meu amigo Diego Campos que formaria a equipe comigo esteve na edição de 2008 e garantiu que valia a pena. Aceitei por ser um fato novo para mim. Ontem, conferi que o rally de regularidade é uma diversão garantida e não é preciso ser nenhum profissional para conseguir um bom resultado. Além disso, participei de um momento histórico para o evento, que bateu o recorde de participação em Brasília, com 264 equipes inscritas pela rede mundial de computadores.

Diego seria o piloto e eu, a navegadora da equipe ZZ Sagaz. A minha dupla até tentou me explicar os símbolos da planilha utilizada na competição. Falou um pouco do vocabulário, com nomes específicos como lomba (lombada) ou eros (erosão), que facilitam o entendimento durante a prova. Mas confesso que, apesar da pose de sabichona, eu estava meio tensa com a idéia de participar.

O Rally aconteceu ontem, mas a preparação começou ao meio-dia de sábado. Fomos ao mercado para comprar as latas de leite e o brinquedo, itens exigidos para a inscrição. Tudo o que fosse arrecadado seria doado para três entidades do Distrito Federal. Esse é um fato muito legal, que demonstra a preocupação social do evento. Ao todo, foram arrecadados 1516 latas de leite e 396 brinquedos.

Às 12h45, chegamos ao local da inscrição que começava, de fato, às 13h. Lá iríamos retificar a inscrição feita pelo site há dez dias e receber o kit da equipe, com camisetas e adesivos para colar no carro. Fomos a 3ª equipe universitária a efetivar esse processo. O número do nosso carro era “44”.

Em seguida, participamos de uma aula de navegação, gratuita, onde aprendemos oficialmente os termos da prova e como traduzir a linguagem da planilha. Durante uma hora, a organização do evento ensinou o que era um rally de regularidade, que é basicamente cumprir o roteiro de velocidade e tempo propostos na planilha. A competição não é de velocidade. Ao contrário, quem corre ganha ponto. E quanto mais ponto, mais distante do pódio.

Domingo, às 8h da manhã, eu e outras 378 pessoas estávamos no local de largada. Fomos recebidos com um café-da-manhã vistoso. Reencontrei muita gente, vi famílias competindo juntas e muitas mulheres (ao todo, foram 130 na competição). Uma equipe com três mulheres me chamou a atenção. Emilia Borges, Sandra Lima e Adriana Morais estavam competindo na categoria Turismo. Elas tinham, respectivamente, 53, 52 e 43 anos. “Minha filha falou que devíamos participar e ficamos curiosas”, contou Emilia. “Participamos de muitas outras coisas juntas, como coral, jogos”, revelou Sandra, que também é participa de um motoclube.

Em seguida, a planilha de navegação foi entregue e o diretor de prova leu ponto a ponto com todos os competidores. Tudo foi muito rápido e logo já era a hora do primeiro carro largar, as 9h31. No rally, as equipes largam com distância de um minuto entre os tempos. Largamos as 10h05.

A adrenalina inicial é inegável. Mesmo com a planilha em mãos, não sabemos ao certo para onde vamos. Só temos certeza do tempo que vamos ficar no carro. Ontem, esse tempo era de 3h52m. A minha tarefa a princípio era muito fácil: eu precisava ler as informações de velocidade, tempo e referências ao longo do percurso e orientar a minha equipe. Mas a prática é bem mais complexa que a teoria. Entre uma e outra informação, a distância era de 10, 15 segundos. Ai a certeza da confusão: quando ia avisar de uma “lomba” no caminho, ela já era. Tinha ficado pra trás há 200 metros.

Com o tempo fui pegando o jeito e a equipe ganhou um profissionalismo instantâneo. “Velocidade 37! Aperta! Placa a direita aos 30m02s”. De repente, era como eu tivesse toda a sagacidade da competição. Vimos alguns carros se perderem, atrasarem. Mas acho que no rally o importante é ter convicção no caminho que a sua equipe está seguindo. Além de cumprir corretamente as indicações da planilha.

Foram 145 km de percurso, com trecho no asfalto e na terra. Nesse último é a melhor parte. O carro fica um pouco sujo, mas o trajeto é seguro. As 13h57 estávamos de volta. Eu estava exausta, mas super animada com a competição.

A noite saiu o resultado. Ficamos em 9º lugar da categoria. Nada mal para navegadora de primeira viagem. Não ganhamos premiação do evento: esses eram exclusivos dos cinco primeiros de cada categoria. Mas meu pai, que tinha duvidado de mim, garantiu que me levaria para jantar se eu ficasse entre os 30 primeiros. Espero poder escolher o lugar."

2 comentários:

  1. Legal que hoje você diz "graças a mim, a gente mandou muito bem", mas na reportagem diz "quando ia avisar de uma “lomba” no caminho, ela já era. Tinha ficado pra trás há 200 metros"...

    Faloooo cabulosa! ehaheahehaehhea

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