segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Brother

Amizades são importantes para a vida. Acho até que é uma das três relações mais importantes (as outras talvez sejam a família e um romance). Defendia que, se houvesse um ranking, a amizade estaria no 2° lugar, ameaçando muitas vezes ocupar a 1° posição – que já é lugar da família, pré-estabelecido pelos nossos ancestrais. Mas mudei de opinião esses dias, depois de defender fielmente o meu ranking para um amigo. Ele contestou.

“Gabi, essas relações não competem. Elas fazem parte da vida”

É, é verdade! Amizade, família e romance não competem. As vezes prevalecem, mas não competem. Se completam. E, na real, acho que esses três pontos são os pilares da vida. O verdadeiro tripé!

Pode falar: não é demais levar suas melhores amigas para um feriado na chácara da família? Ver aqueles seu tios bêbados fazendo piadas sem sentido e a avó falando da missa do último domingo. E todo mundo acolhendo aqueles seu pilares, antes só seus, como parte da família. Tão bom quanto ligar para o amigo chorando depois do fim de um romance, falar mal de todos os homens e ele concordar, fortalecendo um dos três pés. Sair de casalzinho (você, seu amigo(a) e as respectivas paqueras) é ZZ. Mas é sensacional ver aquelas quatro pessoas, que muito em breve podem nunca mais se ver, interagindo com uma naturalidade ímpar.

Ok. Definitivamente se completam! Mas como eu gosto dos meus rankings e este foi fadado ao fracasso, transferi o meu direito de escalar as coisas para a medição do grau de uma amizade. Explico. Pessoas legais aparecem o tempo todo na nossa vida. Algumas ficam amigas na mesma hora, como se fosse uma coisa sublime que contava os dias para acontecer. Outras precisam de um tempo para se conhecer e ganhar confiança. Acho que situações que nos deixam no limite psicológico ou físico também são ótimos cenários para encontrar pessoas parceiras. Mas, no fundo, nem deve existir um jeito certo ou ideal para começar uma amizade. Elas começam. Na faculdade, no trabalho, no agito, no avião. Que seja! Esse não é o ponto que quero discutir.

O que eu levanto aqui é: como saber quando uma amizade é esparrada e vale a pena e quando você vê que aquela pessoa que tanto almeja a sua companhia (ou vice-versa) ainda não atingiu os níveis necessários para a tal interação? Não tenho as respostas para isso, mas dentro do meu contexto e do contexto de quem convive comigo, fiz alguma escalações:

- Um amigo é brother quando te liga de madrugada, bebasso e não fala nada com nada. E você atende com o telefone com o maior prazer. E vice-versa.

- Uma demonstração massa de amizade é em um evento. O seu brother ta se divertindo. A jogatina rolando solta. Você não. O bicho que você curte tá lá nos beijos e abraços com outra. Mas o seu brother é tão brother que vai embora do agito na mesma hora. E vice-versa.

- Brother é brother quando, no jogo, te ajuda a jogar ou acabar o jogo. Por exemplo, quando você quer expulsar a garota do apê (uma Keyla da vida) e o seu amigo fica mandando mensagens pra você, fingindo ser uma ex-namorada ou algo do tipo. O brother colabora para a construção de uma situação irreal. E ajuda a sustentá-la. E vice-versa.

- Em tempos de lei seca, dá pra saber quem é brother quando a pessoa se oferece para ser o amigo da vez. Te pega em casa, se diverte com você e te deixa em casa. Sem xaropar. E vice-versa.

- Ainda no item carro, o brother é brother quando te empresta o carro para ser o cenário do jogo, para ser o verdadeiro love machine. E vice-versa.

- Entre homem e mulher, a amizade é massa quando a conversa flui, sem pudores mesmo. Quando neguinho fala de tudo e se entende. Ou não. Nessas relações é como se fossem anjos conversando, já que eles não tem sexo. E vice-versa.

- Em uma conversa do msn, dá pra perceber se a pessoa é brother se você manda um ctrl V de uma conversa alheia sem o menor pudor. Com essa pessoa, dificilmente vai rolar um ctrl C da conversa (a não ser que seja para um brother em comum e com o mesmo nível de amizade). E vice-versa.

- Brother é brother simplesmente pelo fato de mandar a real sempre. Por mais dura que seja.

Existem outros critérios. Óbvio. Mas por enquanto esses foram os que eu consegui lembrar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O Jogo

O jogo é uma competição contra você mesmo com o objetivo primário de mascarar uma intenção, mas que na verdade visa ressaltá-la indiretamente. Sim parece um paradoxo, mas não é. Está mais para um “ei, olhe pra mim enquanto eu finjo que não to nem ai pra você”.

O segundo objetivo do jogo é ser bem sucedido na conquista de um par. Vale ressaltar que o segundo objetivo, apesar de interessante, não está hierarquicamente acima do primeiro. Ambos compõem a essência do jogo, mas se você não mascara suas intenções, então você não está jogando. Em contrapartida se você mascara, mas não finaliza a conquista, então você jogou. Isso pode sim acontecer e nesse caso você deverá ser enquadrado em uma das duas categorias: “O jogador compulsivo” ou “O jogador ZZ”.

O jogador compulsivo é aquele que por mania, vicio ou costume, joga mesmo sabendo que não pode finalizar a conquista. Geralmente são jogadores comprometidos ou então solteiros frustrados por questões morais. Irmãs de amigos, amigas da ex-namorada ou amigas da mãe podem servir como exemplo de alvos deste ultimo caso.

O jogador ZZ joga por que tem que jogar, mas ele nunca – ou quase nunca – consegue finalizar a conquista. Isso se deve pelo fato de ser um péssimo jogador. Até quando não está jogando, o ZZ manda mal. A origem do termo vem de “zero a zero”, como uma referência a um placar sem resultados.

Existe também o Jogador nato, ou Jogador sagaz. Esse jogador se caracteriza por jogar tão bem, que fica difícil saber se está realmente jogando ou não. É importante lembrar que, quanto melhor você for em cumprir o primeiro objetivo, mais difícil será reconhecê-lo como um jogador. Temos aqui uma causa-conseqüência interessante: O jogador bom aparenta não jogar de fato. Esse jogador raramente é notado em um evento qualquer.

Salvo a exceção, não é difícil observar alguém jogando. Basta entrar em um ambiente descontraído, de alta diversidade sexual, para encontrarmos pessoas jogando. Bares, boates, festa, shows entre outros, são bons locais para começar. O flagrante será certo. Mas não podemos deixar de fora locais comuns como uma padaria, uma calçada, o parque da cidade ou uma academia qualquer – o sagaz costuma se dar bem em locais assim.

Além dos jogares, temos mais duas categorias por fora do jogo, mas previstos nas regras: O “sagaz puro” e o “ZZ puro”. É importante entender essas categorias, pois eles influenciam diretamente no ambiente de jogo.

O sagaz puro é aquele cara que não precisa mais jogar. Ele simplesmente pega e não pega pouco. É muito difícil uma pessoa comum, de nosso dia-a-dia, ser um sagaz puro – mas pode acontecer. Essa categoria geralmente é composta por celebridades, jogadores de futebol e famosos em geral. Nunca tente jogar na presença deles, você irá fracassar.

O ZZ puro, ao contrário da categoria anterior, é aquele cara que simplesmente desistiu ou sequer tentou começar a jogar. É caracterizado por pessoas comuns, geralmente desprovidas de libido e com certa deficiência-social. Você pode jogar na presença deles, mas tenha cautela. Os ZZ puros podem se tornar muito instáveis emocionalmente, principalmente se seu jogo objetivar algum amor platônico dos mesmos. Nesse caso, meu caro, você pode perder muito mais que uma bela noite de amor.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Teste machista, preconceituoso e vertical

Não tinha nada para fazer e então resolvi inventar um teste. O processo de criação foi simples, abri um chat com uma menina qualquer – não tão qualquer assim – e pedi para ela responder algumas perguntas básicas. O nome fictício dela será Keyla:

1. Três palavras aleatórias?

2. Dois cenários quaisquer?

3. Um estilo de vida?

4. Coloque em ordem de importância as seguintes palavras: Sexo, dinheiro e Amor.


Obviamente o teste é machista, preconceituoso e vertical. Isso significa que cada um usa as informações obtidas da forma mais conveniente possível, livre de regras. Então vamos ao resultado.

Para a primeira pergunta, a Keyla respondeu: Preguiça, tédio e amor. O que isso nos diz? Bom, diz sobre o estado de espírito dela no momento em questão. Ela provavelmente estava morrendo de preguiça por estar em um local indesejado, principalmente por ser entediante. No entanto, para preservar suas fraquezas qualidades femininas, deixou registrado o amor – no universo feminino o amor existe.

Na segunda pergunta obtive: Praia e Disney. Provavelmente os locais onde ela gostaria de estar no momento, talvez por querer se ver livre do tédio e da preguiça. Eu diria que foram boas escolhas, então teremos que eliminar essa pergunta na próxima vez.

A terceira pergunta foi mais subjetiva: “Calça jeans e óculos escuro, de boa, sem preocupação, não precisa ser rico. Conforto, uma viagem massa por ano, amigos e família unida.” Fica claro nesse trecho que ela descreve um parceiro na primeira parte e logo em seguida descreve como seria a família com o mesmo. Talvez isso reflita um medo inconsciente de ficar sozinha, como um complexo psicológico da solidão onde a cura seria o amor utópico-patológico.

Por fim, mas não menos importante, a ultima pergunta. “Amor, dinheiro e sexo”. O que posso dizer? Elas valorizam em primeiro lugar algo tão subjetivo e complexo quanto à própria cabeça feminina. Depois, não tão incrível assim, vemos o dinheiro, bem a frete do sexo. Interessante como isso se encaixa perfeitamente na cabeça masculina. Um macho-alfa padrão colocaria sexo na frente de dinheiro e por fim o amor – talvez por isso seja mais fácil um homem pagar por sexo e talvez por isso seja mais fácil a mulher vender.