quarta-feira, 26 de maio de 2010

Direito ao "nunca"

Deixemos de hipocrisia, sejamos racionais. Qual o problema de dizer “nunca”? A palavra existe, está la no dicionário, é uma excelente forma de enfatizar uma idéia, por que não usá-la? Assim, sem razões plausíveis, não posso mais falar que nunca irei chutar uma velhinha dentro de um submarino? Nunca, jamais! - Na verdade, acredito que nunca irei chutar uma velhinha em hipótese alguma. Irei?

O que diriam os proféticos agora? Vou pagar com a língua pelo que disse? Ora bolas, deixem minha língua em paz, poupem-na de falácias proféticas. Línguas foram feitas para auxiliar a fala, mais que isso, são essenciais em uma boa refeição. Isso sem contar tantas outras mil utilidades que não ouso citar aqui.

“Nunca diga nunca” funciona para o “nunca farei isso” ou “nunca direi aquilo”. Mas não funciona para o “nunca ganharei na mega-sena”. Que mundo injusto é esse em que vivemos? Já não basta toda essas crises financeiras, as tsunamis, os terroristas, a degradação ambiental, ainda temos que nos preocupar com o tal do “nunca”? A vida não pode ser assim tão chata. Eu reivindico o direito de dizer que nunca gostarei de pagode e ser flagrado algum tempo depois ao lado de uma linda morena cantando “Samba Do Approach”. As pessoas mudam, a gente vive em constante desacordo com o passado, é normal.