O texto a seguir não é de autoria minha, mas sim de um amigo meu. Obviamente não concordo com tudo o que está escrito, tão pouco discordo completamente. Vamos divergir para então concluir.
*Se você for olhar hoje sua coleção de CDs, vai acabar encontrando alguns bons discos e outros nada a ver e vai se perguntar “
por que eu tenho isso e por que eu não ouço mais?”. Já percebeu como nossos gostos musicais vão mudando com o tempo?
Estava conversando sobre isso ontem com a amiga Juliana Boëchat (futura editora-chefe do Correio Braziliense). Ela falou que gostava muito de
Red Hot Chilli Peppers quando era menor, mas hoje mal escuta. Eu lembrei que o primeiro CD de rock que eu comprei foi um do
Red Hot, o
Blood Sugar Sex Magik, um dos CDs mais importantes dos anos 90. Naquela época eu não fazia idéia do que eu tinha em mãos, não tinha noção musical nenhuma. Acho que comprei o CD porque tocava algumas músicas no rádio, eu era facilmente influenciado por qualquer coisa. Cheguei a vender esse CD num sebinho em 98 ou 99, pois não ouvia mais. Aí no começo desse ano, voltando de viagem, eu,
Popota, Fiuzete e Dreidou colocamos esse CD pra ouvir e fomos discutindo sobre ele. Ouvi de uma forma completamente diferente, reparando em muitos detalhes, percebendo porque esses caras mandaram tão bem e conseguiram fazer com que esse CD tivesse tanta importância na história da música.
Outro CD que coloquei esses dias pra ouvir foi o
Loco Live do
Ramones. Foi meu primeiro contato com
punk rock. Lá pra 1992 – eu acho – eu tinha uma fita que gravei com algumas músicas desse CD. Tinha só as músicas mais rápidas, porque foi o que eu tinha gostado. Não tinha nem idéia do que eu tinha deixado de fora, não entendia nada. Hoje, 17 anos mais tarde, eu o escuto de uma maneira diferente também. Nessa mesma
lombra de não saber o que eu estava ouvindo e hoje eu sei também incluo
Guns‘n Roses e até
Nirvana. O
Nevermind faz parte das MP3 que eu levo no carro. Já entrando em tempos mais recentes (coisas com no máximo uns 5 ou 6 anos), há também algumas bandas que chegamos a dizer que era a favorita e hoje não temos a mínima vontade de ouvir. Lembrei do
SUM41. A galera curtia, achava irado. Agora a banda sumiu e não sei de ninguém que ainda escute isso. Eu mesmo sequer tenho MP3 perdida em algum lugar. A Ju me disse que faz tempo que não escuta a banda favorita dela e isso foi de poucos meses pra cá. Porque será que deixamos de ouvir isso, se gostávamos tanto? Tá, eu sei que em alguns casos que são bem recentes, foi só uma cansadinha, e daqui a pouco a gente volta a ouvir.
Não duvido nada que daqui um tempo eu vou parar de ouvir
Story of the Year, que é minha banda favorita no momento. Mas e essas que não dão vontade de ouvir mais? Tem algumas que até fazemos questão de não ter mais na coleção, tipo
Simple Plan. Em 2002 ninguém
sacaneava Simple Plan. Depois que apareceu NX Zero e começaram a
sacanear que tudo era
emo, quem iria dizer que curtiu essa banda?
Às vezes acho que hoje, com tanto acesso fácil a músicas novas, não só para ouvirmos e conhecer como também para bandas novas disponibilizarem, é tanta coisa que ficamos perdidos e até com certa preguiça de procurar algo novo. Também tem muita coisa igual, que ta na moda, e gera trocentas bandas do mesmo jeito, sem criatividade alguma. Olha o
Strike, por exemplo:
nego é tão cara de pau que copia tudo do
Blink 182. Mesmos instrumentos, mesmos timbres...
Está cansado das músicas que estão no seu carro, iPod, etc? Porque você não dá uma chance pras músicas bem mais antigas que você tem? Vá dar uma revirada nos seus CDs, relembre um pouco. Às vezes pode ser que você não ache algo bom, mas pelo menos você vai poder relembrar algumas coisas do seu passado, mas também pode achar algo muito legal, que se você colocar pra tocar no carro junto com um
brother, ele vai curtir e falar “
Caraca!! Das antigas esse! Era muito doido né?”, e você vai curtir de uma maneira diferente.
E se você não achar nada, baixa uns CDs dos
Beatles que resolve.